Papo sério, guloseimas e afins.

Sorte do dia:
"Ah se eu pudesse sacar meu revólver" (Madre Teresa de Calcuta)

“Não há nada que uma boa paulada na nuca não resolva” (Mahatma Gandhi)

“But we can, you kow we can Let´s lynch the landlord man!!!” (DEAD KENNEDYS)

“Take’em all, take’em all Put’em up against a wall and shoot’em Short and tall, watch’em fall Come on boys take’em all!!!” (COCK SPARRER)

26/04/2010

Tir Nan Og

Aos celtas, "Tir Nan Og" seria a "Terra da Juventude", local onde os séculos eram contados por minutos e seus habitantes nunca envelheciam (e outros conceitos mais complexos que isso).

Vejam a animação abaixo, chamada "Tir Nan Og" dirigida por Fursy Teyssier.




O que você sente?

25/04/2010

Velost entrevista Kiko Dinucci

Ando pensando seriamente em oferecer um salário de mierda para o meu bródi Velost Wamba trabalhar com exclusividade para A CORTIÇA. Não fosse por ele, o que seria da vida cultural de nós, reles mortais leitores de jornais?

Vejam só a última do Velost: ele fez uma entrevista muito massa com o Kiko Dinucci. Vejam só



Lembro-me dos anos gloriosos de um tempo longínquo que ficou lá atrás em lugares imemoráveis (tipo o Centro Cultural São Paulo, em 2008, hehe). Foi lá que o próprio Velost que me apresentou Kiko Dinucci e Bando Afromacarrônico

 Ouça o fantástico som de Kiko Dinucci e Bando Afromacarrônico

Caso você ainda não conheça, vale se informar sobre as apresentações do grupo e arranjar um CDzinho honesto do pessoal. Músicas excelentes do começo ao fim. Duvida? Olha só


Além disso, recomendo também o blog do Kiko Dinucci. Muito legal! Acesse aqui.

Agora só falta o Velost aceitar minha oferta! E aí, Velost! Topas? Casa, comida e tapão na orelha!!

Chili Vegetariano

Famélicos da terra, comei-vos!
Você já comeu gostoso hoje? Não?! Então, de pé, oh vítima da fome!

Aqui n'A CORTIÇA, além de fanfarronadas e velhacarias, tem comida também! Sim, agora você pode levar uma boa comida aqui n'A CORTIÇA!



Sim, CHILI VEGETARIANO! Para inagurarmos nossa seção de comidas, nada melhor que um delicioso rango mexicano beeem apimentado! E para que os vegetarianos não fiquem patrulhando (ainda mais do que eles já fazem), nossa primeira receita é totalmente vegeta!

Bom, a receita do rango e o método de preparo é do maitre Giu, um old fellow deliquente subversivo, desses que se estivéssemos na época do Inesquecível Garrastazu, ou do Paranhos Fleury, o Piedoso, não deixaria o topete tão alto!



Mas chega de gracinhas sem graça! Mãos ao grude!

INGREDIENTES:  

1) Proteína de soja texturizada. Se tiver como comprar aquela escurecida na zona cerealista fica ainda melhor do que aquela convencional de mercado.

2) Feijão, vermelho de preferência. Isso dará uma aparência mais atrativa!

3) Pimentas diversas, Do reino, Malagueta, Dedo-de-moça e também um bom molho do tipo Bravo, Tabasco.

4) Molho de tomate

5) Temperos de ervas e especiarias (tipo páprica picante, gengibre, louro, etc.) pra dar um saborzinho.

6) Além é claro de uma cebola, dois dentes de alho e sal, que pode ser substituído por shoyu.

7) Extintor de incêndio ou cerveja muito gelada. 





PROCEDER:  

1) Separe 500g da proteína de soja. Deixe a soja hidratar por uns 20 minutos em água aquecida. Paralelamente cozinhe o feijão já podendo acrescentar pimenta do reino na água dele, mais ou menos um copo e meio a dois de feijão será suficiente.

2) De preferência utilize um ralador para a cebola e um triturador para o alho. Isso será obviamente seu refogado.

3) Já pode fatiar umas malaguetas, cerca de meia-dúzia tá bom.

4) Enquanto o feijão termina de cozinhar, o que leva mais ou menos 35 minutos na panela de pressão, já pode expremer a soja para tirar a água e começar a apimentá-la.

5) Acrescente a malagueta fatiada e também o uma dose generosa de seu caldo. Coloque sal ou shoyu (a gosto) e vá mexendo a soja.

6) Quando o feijão estiver no ponto, e aqui é bom lembrar que ele deve ficar ainda um pouco massudo (não cozinhe tanto a ponto dos grãos se desfazerem!); tire todo o caldo pegue uma parte dele e refogue juntamente com uma parte da soja (não toda de uma vez!). Depois que der aquela refogada já pode acrescentar o molho de tomate (um copo mais ou menos) e as ervas.



7) Por fim misture toda a soja e o resto do feijão. Para decorar e deixar o chili matador espalhe generosamente o molho de pimenta por cima da mistura e coloque as dedo-de-moça para enfeitar como se fossem velas de aniversário. Está pronto!



Essa receita é boa para até no máximo 8 pessoas. Fica bacana comer o chili no meio de nachos que podem ser próprios pra isso ou senão compra aquele Dorito´s Dipas ou tradicional (do pacotinho amarelo). Se você tiver tacos, enrole o chili salada e queijo derretido, fica foda!



Se você estiver se perguntando "mas e o extintor, pra que era"? Mera questão de sobrevivência. Depois de degustar o que há de melhor na culinária mexicana, é bom ter um extintor por perto... mas uma brejinha bem gelada também serve. 




Mais um Vida Loka satisfeito! Orgulho da classe trabalhadora!


Lo CHILI es de quien lo trabaja, perro!

E se você quiser compartilhar sua receita inigualável, mande para A CORTIÇA com fotinhos e o método de preparo, pois teremos prazer em divulgar e ainda mais prazer em comer tudo o que você tiver para oferecer!

ARRIBA, CARAJO!

21/04/2010

Ditador argentino condenado

Novamente a Argentina dando um OLÉ no Brasil!

Mais uma vez ensinando como devem ser tratados os responsáveis pelas ditaduras militares!

Vale lembrar que já falamos sobre isso n' A CORTIÇA. Releia aqui.

Na terça-feira, dia 20 de abril, o general Reynaldo Benito Bignone, último presidente de fato da mais recente ditadura militar argentina (1976-83), foi condenado a 25 anos de prisão pelos crimes de roubos armados, sequestros prolongados com violências de 29 pessoas, além de torturas a outros 38 civis no Campo de Mayo, o maior complexo de detenção e torturas dos anos 70 no país. Além de Bignone, foram condenados outros cinco altos oficiais militares e um delegado de polícia por crimes cometidos no mesmo Campo de Mayo.

Reynaldo Benito Bignone, ditador decrepto pagando por seus crimes
 
Leia mais no Estadão.

Dentro do Campo de Mayo funcionavam quatro centros de tortura e uma maternidade clandestina, onde davam à luz as prisioneiras. Após o parto, as mães eram assassinadas, enquanto os bebês eram entregues a famílias de militares ou policiais sem filhos.

Infelizmente, as brutalidades contra as vítimas da ditadura militar argentina ainda não se encerraram. 

No dia 27 de março, Silvia Suppo de Destéfanis foi assassinada após ser esfaqueada nove vezes. Ela foi uma testemunha fundamental em um julgamento que condenou um ex-juiz federal e outros cinco ex-policiais por crimes de lesa-humanidade cometidos durante a ditadura militar de 1976 a 1983. Em março de 1977, quando tinha apenas 17 anos, foi torturada, estuprada e submetida a um aborto.

Silvia Suppo de Destéfanis, assassinada após testemunhar contra militares argentinos

Leia mais no Brasil de Fato.

Mesmo com essas tentativas desesperadas de calar as vítimas que possam testemunhar contra os responsáveis pelas ditaduras, na Argentina a punição a esses criminosos tem produzido resultados importantíssimos. 

O Brasil, além de produtos automotivos (freios, embreagens e baterias), lácteos (leite e soro de leite) de calçados, trigo, vinhos e filmes, poderia começar a importar esse exemplo de nuestra República hermana!

Afinal, por aqui, os que garantiram a ditadura mais longa de todo o continente nunca tiveram motivos para se preocupar com nenhum tipo punição posterior por seus atos desumanos. Por exemplo, todo aquele debate do começo de 2010 sobre a Lei de Anistia (1979), até agora, não deu em nada, pois devido à falta de quórum, o Supremo Tribunal Federal adiou por tempo indeterminado o julgamento da ação interessada em saber se a Lei de Anistia  estende-se aos torturadores dos porões da ditadura. Aguardamos ansiosos e furiosos o desfecho dessa triste novela.

E aos desinformados ou mal intencionados que ainda defendem que os militares brasileiros foram vítimas do "terrorismo comunista", veja as entrevistas do jornalista Geneton Moraes Neto realizadas com os generais Leônidas Pires Gonçalves e Newton Cruz. 

Elas foram apresentadas no programa Globo News Dossiê. 
Veja aqui embaixo


MAS CUIDADO! Tire as crianças da sala! É das coisas mais pavorosas que você vai ver em muito tempo.

Entre outras revelações que jogam por terra qualquer argumento que apresente os militares como vítimas do "terrorismo", o general Cruz contou, por exemplo, que integrantes do governo João Figueiredo planejavam um novo atentado após o fracasso do Riocentro. Não conseguindo fechar a boca, o general ainda revela que Paulo Maluf, que disputava as eleições indiretas do fim da ditadura, o teria procurado para que fosse articulado o assassinato de Tancredo Neves.

Paulo Maluf e Figueiredo. De acordo com Newton Cruz, Maluf queria matar Tancredo Neves.

A Carta Capital fez um breve resumo das entrevistas. Leia aqui.

Castelo Branco, Costa e Silva, Médici, Geisel, Figueiredo, Silvio Frota, Golbery Couto e Silva, Erasmo Dias. Velhos decreptos! Esses já controlam as coisas no inferno com muita ordem e progresso. Muitos outros estão por descer ainda. E não pagarão por nada do que fizeram contra o país, contra a humanidade.

É de uma impunidade tão grande (sempre apoiada pela grande mídia), tão inacreditárvel que não há quaisquer problemas, não há a mínima timidez, ou gota de arrependimento em um general admitir inúmeros crimes dos militares em plena televisão. 

Ele, mais do que qualquer um, sabe muito bem que não terá de responder por nada. E é exatamente isso que é o Brasil. Impunidade total. Gozolândia plena! Foda-o ou deixe-o!

11/04/2010

The U.S. vs John Lennon

Domingo à noite é sempre fantástico! Rolezinho, cineminha e tudo mais! Em cartaz, o documentário "The U.S. vs John Lennon" (2006), dirigido por David Leaf e John Scheinfeld! Delííícia.

Por meio de imagens de época, entrevistas incríveis com uma galera de peso, music, music and good fucking music, mergulhamos em um retrato muito bem feito sobre o que foi a contra-cultura dos anos 60 e 70,  respiramos junto com aquelas pessoas da tela a importância artística e política de John Lennon em um dos momentos mais traumáticos do século XX. 

Se no Brasil a temperatura estava sufocante e o ar irrespirável por conta dos Anos de Chumbo, nos EUA a situação definitivamente não estava muito melhor. Eram os anos de Richard Nixon (1969-74).
 
Massacre de Ken State, em 04 de maio de 1970.
Na passeata anti-guerra, a Ohio National Guard abriu fogo contra estudantes desarmados.
Quatro foram assassinados. Outros nove feridos (sendo que um ficou paralítico).
E um presidente ficou bem satisfeito.

E é o próprio John Lennon quem afirma por diversas vezes: "o flower-power acabou.  É necessário construir algo novo". Como sabemos, trata-se de um John bem diferente da época da beatlemania.

Pois é... os Beatles...

Assim como a maior parte do pessoal da minha idade (ou seja, vinte e alguma coisa), passamos a gostar mais de Beatles quando, na surdina, surrupiamos os LPs dos nossos pais. Porém, passada a curtição inicial, vem  aquela decepção do tipo "pô, mas eles só falam de amor e tal?!"

Até que em um belo dia, sob óbvia influência das más companhias, você fica sabendo que os anos 60, o Bob Dylan e o Dr Robert salvaram tudo! E aí toda sua visão sobre os caras é alterada. Digamos que as portas da percepção se abrem para novas sinestesias auditivas!

[Aliás, pausa: é incrível como a tal da beatlemania da mídia mainstream camufla a fase mais lisérgica e madura da banda (prefere insistir em clichês inofensivos dos "garotos de Liverpool" colocando as meninotas para gritar e desmaiar).]

Estariam essas fãs insandecidas em frenesi incontrolável devido à barba do Maharishi Mahseh Yogi?

Poizé! Nessa hora seu interesse pelo trabalho deles se expande, encontram-se mensagens escondidas nas capas, nas letras, até rodando o disco de trás pra frente e esse papo todo. Pesquisando um pouco mais, vai ficando óbvio o porque dos documentários mais interessantes terem como alvo o John, e não o Paul (que  depois tomou um olé até do Michael Jackson).

Mas eis que surge uma tal de Yoko Ono! E ainda hoje ela é apresentada por muitos como  a seca-pimenteira responsável pelo fim do time. Olha, em minha opinião, os maiores crimes dela são suas "performances" "artísticas", tão "conceituais" quanto aquele modelito do chapéuzinho de lado e óculos na ponta do nariz que ela insiste em usar em qualquer aparição pública hoje em dia.

Performance "Cut Piece" de Yoko Ono (Kyoto, 1964).
Minha veia rude-boy prefere chamar de "Cut It Off"!

Bom, qualquer leitura menos fanática da trajetória dos Beatles percebe logo que de Eva a Yoko não teve nada, pois eles não estavam no Paraíso já fazia um certo tempo.

O fato é que nessa época John assume totalmente um caminho bem mais interessante que os demais do grupo. E sem muitas delongas, é aí que o documentário começa. Olha só esse trailer



Ah, se não confia em trailers, veja um dos trechos mais intensos do filme aqui.

Será que o Paul fica pensando "por quê não fazem um filme assim sobre mim"?... Por quê será, hein?


Trata-se, sim, de um documentário excelente e envolvente. No meio de imagens e músicas magistrais da época, o filme conta com depoimentos de gente como Noam Chomsky, Angela Davis, Tariq Ali, Bobby Seale entre outros. Enfim, se quiser ver o filme inteiro, é só pegar aqui embaixo de se divertir à vontade.


 Fui, Vi e Curti! (como isso ficaria em latim?)

A trilha sonora muito bem compilada do filme está no Ninho Musical. Mas se estiver com um pouquinho de pressa, pegue aqui embaixo.



E, gente, depois de ver o filme e ouvir esse álbum, só não vale chorar, hein! (... pelo menos não sozinho)
Divirtam-se!

10/04/2010

O Troco, de André Rolim

Nunca nos cansaremos de fustigar a classe média com incansáveis ataques à sua hipocrisia, preconceitos, ódios e tudo aquilo que faz dela exatamente aquilo que vergonhosamente é...



Mas tá bom, tá bom! Um pouco de trégua....

Assim como a maldade, a benevolência do bom Pai Tim também não tem limites! Já que é impossível sabermos se ela é tosca e tacanha porque gosta ou porque não sabe que é, no meio de tanta porrada, a classe médiazinha precisa de um pouco de carinho também (mas só às vezes).

Sabe aquela situação tipicamente cotidiana em que nós, os classemedianos, encontramo-nos vítimas daquela trupe do tele-marketing?! Sim! Aquela situação em que o mais saudável a fazer é dar com a cabeça na parede?! Pois bem, é hora do Troco!

Em um curta muito legal chamado "O Troco" (2008), o diretor André Rolim captou bem os anseios de quem sabe é mais fácil esperar pelo parto que pelo PROCOM.


Com uma vingança na cabeça e uma câmera na mão, 11 minutinhos de pura diversão!

Assista aqui!

08/04/2010

Páscoa Profana em Ouro Preto

Sim! Ouro Preto!

Na Páscoa, neste país lugar melhor não há!

Em atividade educacional (sim, acreditem) levamos uma galera sedenta por conhecimento para conhecer Ouro Preto! Delííícia...

Naquela mistura bem barroca, deixamos o sagrado de lado e ficamos só com o profano!

Ouro Preto continua linda! A cara do Brasil! No centrinho histórico para turistas gastarem seus euros e dólares há muita beleza e instituições monumentais. Ao redor, morros, morros e mais morros... Até que ponto essa parte da cidade se beneficia do turismo?

Tá bom! Sem panfletagem dessa vez! Mas uma vez lá, cuidado para não deixar a beleza das igrejas cegar sua percepção da segregação!

Em todo caso, flagrem essas fotos



Batman, Robin e Tiradentes. 
Foto da Lu

 Ladeira para subir de joelhos e pagar os pecados no caminho para Santa Ifigênia! 
Foto da Lu

"Vinde a mim os famintos e os aflitos: eu os aliviarei"!
Doze apóstolos ouvindo sabiamente seu líder messiânico.
Foto da Lu

Tapetes de serragem colorida para a procissão. Parece Clube da Esquina.
Foto da Lu

Meu bródi Cramulhão explicando como sobreviveu à repressão aos inconfidentes, 
mas depois não resistiu e foi derrubado por duas cachaças!

Mais um fim de tarde no escritório.
Foto da Lu

Esgueirando-se pelas vielas e ladeiras! 
Igreja de São Francisco vista da rua debaixo.

Ouro Preto por la noche!
O que você não faria para estar lá exatamente agora?

Malditos rastas sacrílegos profanaram a procissão!
Foi-se o tempo em que atear fogo em tudo era privilégio da Inquisição!

Museu da Inconfidência, ou guia dos perdidos e desorientados numa madrugada on the rocks!

Em Ouro Preto, "Veni, Vidi, Vici"! Foi tão pecaminoso que até voltei doente!

Aliás, só para não perder o tom sacrílego de cada dia e para encerrar a Páscoa com chave de ouro, recomendo que você assista a uma das melhores reconstituições já feitas sobre a vida de Jesus: A Vida de Brian!

Sim! Monty Python's "Life of Brian"

Comédia extremamaente ácida, no melhor estilo do Monty Python, não sobra nada sem ser criticado!: o imperialismo, a esquerda burocratizada, as religiões, a fé e a esperança, eles mesmos, etc.

Se você ainda não redimiu os pecados, cuidado! Pague a indulgência aqui embaixo e salve sua alma!


E tenham todos um feliz Natal!